Terapia para Bebés*
Nascer bem é a base para Crescer bem...
A qualidade do período de gestação é essencial para o desenvolvimento saudável de qualquer um de nós, e uma das fases essenciais para a psicologia do trauma na perspetiva da psicoterapia transpessoal. Apesar de essenciais, outros aspetos como a qualidade da vinculação da mãe ao seu bebé ainda dentro do útero, as expectativas construídas à volta da gestação e do seu nascimento, o estado emocional da mãe e a qualidade do apoio que recebe durante esta fase, são alguns dos aspetos fundamentais para nascermos bem. Nem sempre é possível evitar certos impactos durante esta fase e vivemos numa sociedade que ainda normaliza determinadas intervenções obstetricas e acontecimentos que, na perspectiva do bebé, são considerados traumáticos. São ainda frequentes os partos desumanizados, dessensibilizados para a realidade da mãe e do bebé.
A Terapia para Bebés tem como intenção trabalhar o impacto do período pré e perinatal no bebé, ajudar a libertar o imprint destas experiências negativas que acabam por condicionar o potencial da Alma, abrindo espaço para que a Essência (Blueprint) possa manifestar-se. Trabalharmos terapeuticamente para resgatar este movimento inteligente da vida que, por circunstâncias várias ficou condicionado, é possível e de extrema importância. Estamos sempre a tempo de fazê-lo, estamos sempre a tempo de nos sentirmos bem-vindos a este mundo.
«Vulnerability, when held in love, becomes our strength. It opens the door to compassion and empathy, allowing the fragrances of our soul to be released. When our vulnerability is not well cared for, our capacity to feel safe with and thus be safe for the other is compromised. The "other" becomes a potential threat, the world our arena, heaven our haven… and our soul can´t shine through anymore.»
Ilja van de Griend
Um Novo Olhar sobre o seu Bebé

O bebé é um ser Senciente, extremamente sensível, intuitivo e inteligente mas com limitadas formas de comunicação com o ambiente à sua volta. Ele encontra-se num estado de profunda fragilidade e vulnerabilidade e por isso mesmo muito dependente de um olhar atento e de uma vinculação segura para se desenvolver bem. O bebé está consciente do estado emocional da sua mãe e do ambiente intrauterino desde a gestação.
Uma das formas essenciais de comunicação do bebé é através do choro. Um bebé que chora está à procura de ser visto na sua necessidade, ele quer comunicar aquilo que sente, aquilo que se passa no seu mundo.
Para trabalharmos o trauma pré e perinatal é fundamental aprofundarmos o nosso olhar sobre o bebé. Vê-lo verdadeiramente implica estarmos abertos, curiosos e empáticos aos sinais que ele quer transmitir. Há sempre uma razão para o choro do seu bebé.
"Dar à Luz" é, como o próprio termo indica, um acto Sagrado. Nascer é um movimento Inteligente...
... da Vontade de Amar
... da Vontade do Ser
... do Pulsar do Coração
... dum Tempo sem Tempo
Proteger, cuidar, honrar, nutrir este Principio Inteligente é resgatar o que de mais Sagrado há em nós e no outro.
Nascer bem é a base para Viver bem.
O que esperar da Terapia para bebés

Quando os pais procuram a terapia eles procuram algo melhor para o seu bebé e querem ajudá-lo a sentir-se bem e feliz. O foco da terapia é sempre o bebé e o que ele precisa.
O bebé está facilmente em contacto com o que precisa, nada do que expressa é por acaso, e de uma forma natural e orgânica ele sabe o que é necessário para se curar e resgatar o contacto com a sua Essência. A nós cabe-nos saber ouvir a sua história, escutá-lo e apoiá-lo nesse processo.
Quando estamos neste lugar de escuta ativa, que é literalmente o lugar do nosso coração, cria-se aquilo a que designamos por empatia exacta. É neste campo de harmonia sagrada que o bebé se sente visto e apoiado. Nesse momento ele sabe que já não está sózinho no seu sofrimento e pode servir-se desta conexão amorosa para sair do trauma.
Perguntas Frequentes
1. Como funciona a terapia para bebés?
A terapia para bebés é um trabalho feito em conjunto com os pais. A terapia pretende ter uma visão para lá dos sintomas, pretende olhar para aquilo que está na sua origem. Em conjunto com os pais a terapia pretende ajudar o bebé a libertar-se do impacto negativo do seu período pré e perinatal.
Este olhar sistémico sobre o bebé abre um campo de cura familiar, aprofundando o envolvimento dos pais no processo. Este envolvimento e conexão profundos com o bebé cria um campo seguro que vai permitir escutar o bebé com empatia pela sua história e dar-lhe o espaço que ele precisa para que aquilo que foi traumático para ele se possa revelar.
2. A partir de que idade é possível fazer terapia a um bebé?
A partir de 1 mês de idade já é possível fazer a primeira sessão. Quanto mais cedo se iniciar o processo menor são as defesas criadas pela adaptação às circunstâncias. Os bebés estão mais facilmente conectados com aquilo que precisam e procuram a libertação de forma mais natural.
3. Como consigo perceber se o choro do meu bebé pode ser um sinal de trauma?
Na psicologia pré e perinatal existe uma diferença entre o choro por necessidade e o choro por trauma. O primeiro está normalmente relacionado com necessidades vitais básicas e passa quando a necessidade é preenchida (por exemplo, quando o bebé está com forme, sono, frio, calor ou algum desconforto fisico evidente), o segundo não passa com nenhuma das medidas aplicadas ao choro por necessidade. É um choro persistente, que contém em si emoções intensas como desespero, angústia ou abandono por exemplo. Procure conectar-se com o seu bebé e pergunte a si mesma - "se esse choro pudesse falar o que ele estaria a dizer? O que ele estaria a querer contar?". Como vimos anteriormente o choro é uma das formas essenciais que o seu bebé usa para comunicar com o mundo à sua volta.
4. O meu bebé praticamente não chora. Isso quer dizer que não há nenhum sinal de trauma?
Dependendo das experiências pré e perinatais, nem sempre o bebé vai expressar o seu impacto através do choro. Um bebé que "nunca chora", que "nunca se queixa", que "nunca incomoda", ou que "passa muito tempo a dormir" pode estar num estado mais dissociativo como resposta ao trauma experienciado. Este estado dissociativo é uma defesa do sistema nervoso como mecanismo de reposta a um stress transmarginal. Neste caso, o "bebé que não incomoda" corre maior risco de não ser visto na sua dor pelo facto de não causar nenhum tipo de desconforto no ambiente à sua volta. Nestas situações o imprint está lá, mas o bebé não consegue expressá-lo aos seus pais.
5. Como posso perceber se a gravidez e o parto tiveram um potencial impacto traumático no meu bebé?
Quando procuramos compreender a existência de trauma é essencial colocarmo-nos na perspectiva do bebé para sentir como poderá ter sido para ele a experiência pré e perinatal. Isto designa-se de empatia exacta, a capacidade de nos colocarmos no seu lugar e de nos conectarmos com aquilo que ele estará a sentir.
Para nós, como pais, aquilo que consideramos ter sido um gravidez "normal" pode ter contornos muito diferentes para o bebé. A nossa tendência para normalizar emoções e circunstâncias pode comprometer a nossa capacidade de Ver o quão traumática pode ter sido a experiência para o nosso bebé. Quanto do nosso "normal" foi dificil para ele?
Alguns aspectos da gravidez e do parto podem representar um potencial traumático no bebé. Alguns pontos críticos podem passar por, uma gravidez não planeada, bebé não desejado, ideação ou tentativa de interrupção da gravidez, ingestão de substâncias tóxicas por parte da mãe (alcool, tabaco, drogas, medicação,...), mãe com falta de apoio, sujeita a stress ou com fortes alterações emocionais / psicológicas, bem como o risco de perda. São igualmente impactantes um parto por cesariana, por forceps ou ventosas, trabalho de parto prolongado ou qualquer interferência na realização de um parto natural, o uso de anestesias para controlo da dor, ausência de contacto imediato entre a mãe e o bebé, ambiente obstetrício hostil e qualquer complicação durante o parto incluindo risco de vida para ambos e internamento do bebé (incubadora).
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O que mais gostaria de perceber sobre a Terapia para Bebés:
* (terapeuta pré e perinatal de bebés e adultos em supervisão clínica)
Documentário «What Babies Want» («O que os Bebés Querem»)
«O Trauma é talvez a mais evitada, ignorada, menosprezada, negada, incompreendida e negligenciada causa do sofrimento humano»
Peter Levine
